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sábado, 23 de agosto de 2014

O amor pode ter batido na sua porta, mas você não abriu

O amor pode ter batido na sua porta,  mas você não abriu

A distância entre o que as pessoas querem e o que realmente buscam tornou-se um abismo. Muitos desejam um amor para sempre, mas não abrem mão da individualidade. Alguns querem dividir os conflitos da sua existência, mas não conseguem ouvir o outro.Você procura um amor para as horas de carência ou uma paixão para toda a vida?
Antes mesmo de conhecermos alguém mais profundamente, já analisamos se o candidato preenche nosso formulário: se tem uma boa profissão, se fala corretamente o português, se veste roupas que condizem com nosso gosto. Com a modernidade ao nosso lado e a praticidade em se conhecer pessoas no Tinder, no Facebook e até no supermercado, banalizamos a paixão, o interesse desinteressado e sabotamos a nós mesmos. Se um não gabarita o formulário, outro o fará. Logo ali na esquina. Estamos exigentes e descobrindo o quanto custa esse excesso de críterios nos dias de hoje. E esse preço muitos não podem pagar.
Criamos um mundo fechado, predominantemente preenchido por iPhones, Galaxys, Facebooks, happy-hours, bares, restaurantes da moda, baladas, álcool e solidão. Aquela solidão que só aparece em casa, onde realmente paramos para refletir. Para sentir o que temos feito com a nossa vida.
Somos almas que vagam a procura de um abraço, de um beijo, de sexo. De qualquer alguém. De qualquer um. À procura de um amor que talvez nunca chegue, não porque não encontrou o endereço, mas porque nosso mundo pode ser impenetrável, inacessível, perfeito demais para alguém entrar.
Somos viciados em prazeres efêmeros, em curtir ao máximo a vida, o agora. Uma geração obcecada pelo mais, pelo novo, pelo já, pelo ser e que se esquece de sentir, observar, respirar, pensar. Por causa dos excessos, não percebemos os detalhes, justamente onde mora a beleza da vida.
O mais irônico é que o princípio básico de amar é exatamente gostar da pessoa do jeito que ela é, e não do jeito que nós gostaríamos que ela fosse. Quem sabe por isso, muitas vezes nos apaixonamos pela materialização do mundo perfeito em alguém, e não pelo que ela pode nos oferecer de verdade, talvez melhor e mais surpreendente do que o nosso ideal.
Chegamos longe demais para encontrar o amor, mas talvez estivéssemos muitoocupados para atendê-lo.

By Fernando Teixeira

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