Pages

sábado, 23 de agosto de 2014

Porque você deveria procurar alguém que não faz o seu tipo

Porque você deveria procurar  alguém que não faz o seu tipo

Esses dias uma leitora aqui do CVS me encontrou no Facebook e me pediu uma ajuda, conselho, um norte, seja lá como você quiser chamar. Ela tinha uma pergunta: “como eu faço para achar um cara do meu tipo, do tipo que eu acho que vai dar certo?”, e eu fiquei um tempo pensando. É que eu não gosto de deixar as pessoas falando sozinhas, nem de negar a minha opinião quando pedem, mas dessa vez ficou difícil. Decidi que iaresponder com honestidade: “eu não acredito em ‘tipos’ de pessoas e você também não deveria acreditar”, e foi a melhor coisa que eu podia dizer.
Houve um tempo na minha vida em que eu ligava para esse tipo de coisa, achava que agarota perfeita para mim – já sabemos que gente “perfeita” não existe, né? – tinha que ter a pele bem branquinha, medir menos do que 1,60 metro, ter cabelos escuros, saber tocar algum tipo de instrumento musical e estar sempre bem humorada e tranquila. Utopia e cretinice pura. A verdade é que eu não sabia de nada e era inocente! Já faz mais de dois anos que eu namoro a Juliana que, ao que tudo indica, vai ser a minha mulher por um indefinido, porém longo, tempo e adivinhem: ela não preenche NENHUM desses requisitos, e ainda bem! A Ju é loira, tem bem mais de 1,60 metro, tem a pele morena de sol, não sabe nem assoprar um apito direito e é brava pra caramba. Mas o que importa nela é que as características pessoais todas juntas, defeitos e qualidades, formam um conjunto que muito me agrada.
Já pensou se eu ainda estivesse caçando a baixinha de cabelos escuros? Eu e a Juliana, assim como muitos casais por aí, somos a prova de que restringir o tipo degente com quem você se relaciona pode ser um erro gigante. É aquela história da avó que oferece uma comida nova e a criança logo diz que não gosta, mas nunca comeu. Quem define perfis está dizendo que não gosta de pratos que nunca provou. Tem aquele povo que diz “não tenho frescura, só não curto gente que ouve sertanejo” e perde a chance de conhecer uma pessoa incrível, inteligente, que partilha de muitas coisas em comum, só que simplesmente ouve um estilo de música diferente. Não vale a pena perder chances assim. Claro que você pode ter suas preferências, afinal, gostar de alguém tem tudo a ver com preferências, mas não restrinja demais o seu “tipo” de par. As pessoas são bem mais complexas e interessantes do que uma ou outra característica que não te atrai.
A gente já vive num mundo de tantas proibições, tanta coisa que a gente gosta e imoral, ilegal, engorda ou vai ser muito xingada no Twitter que não é preciso mais restrição. “Não se reprima”, diziam os Menudos nos anos 1980, mas o recado é atemporal. Quanto menos padrões, regras e classificações você tiver na vida, mais intensos serão seus dias e as suas relações. Não quer ficar com o carinha que tem cabelo pintado, tudo bem, mas não significa que todo mundo que pinta cabelo não vale a pena. Não quer ficar com a menina que é mais alta que você, ok, mas com certeza existem garotas altas interessantíssimas por aí. Enfim, não façam isso, ok? A vida é muito curta para ficar perdendo tempo atrás do seu “tipo ideal” de pessoa!

bY Daniel Braz

0 comentários:

Postar um comentário