Competitividade é uma virtude. Gostar de desafios, também.
Arquitetar, planejar, bolar estratégias até finalmente, comemorar o gol. Tudo
isso é muito válido. O problema é que, tem gente que leva o desafio tão a sério
na vida, que acaba se empolgando e importando esses conceitos pra vida
sentimental.
No jogo da conquista, tudo é friamente calculado. É preciso
alimentar o ego, o orgulho – e sair anotando os pauzinhos na lista das
conquistas pessoais. E nessa corrida, desejos e direitos são deixados pra trás
em nome de valores antiquados.
No
pain, no gain?
A gente cresceu achando que tudo o era fácil demais, não tinha
valor. Desde de pequenas, fomos assombradas pelo fantasma da “puta”. Jamais
poderíamos sê-lo. Nossas mães nos ensinaram que, na dúvida, melhor fechar as
pernas. E alguém espalhou a notícia que homem não dá valor pra mulher fácil. A
velha história do transar ou não no primeiro encontro – que vira o século e não
sai de pauta – é um exemplo clássico. Homens têm que tentar, aceitar, estar
disponíveis sempre. As mulheres, podem sim querer, mas é bom que guardem seus
desejos pra si – bem escondidos lá no fundo. No último caso, o vibrador faz a
função. E o seu valor de boa moça, continua intacto.
Juro que queria entender qual a relação entre caráter/valor e
transar no primeiro encontro. Homens e mulheres sentem tesão na mesma
proporção. Se está bom pra um, está bom pro outro também. Não significa que
você “seja obrigada” a transar
no primeiro encontro, e sim que você “tem o
direito” se estiver com vontade. E não ache que se reprimir vai
fazer com que o cara fique mais interessado por você – afinal, transar ou não
de cara, só vai adiantar ou adiar as percepções do sujeito – sejam elas boas ou
ruins. Ou seja, se você segurar até quando achar digno e depois o sexo for
aquela coisa mais ou menos, o fracasso só vai ter sido adiado alguns dias. E se
você acha que estaticamente os homens se afastam depois que você transa no
primeiro encontro, reveja seus conceitos e reflita se o problema está em sua
atitude de querer dar ou na performance que não foi a das melhores. Suspeito
que a segunda alternativa seja mais válida.
E no caso de sucesso, se o sexo for maravilhoso, o encantamento
só vai ter sido adiantado alguns dias. Se rolou aquela química, aquela pegada e
aquela sintonia, o cara vai acordar pensando em você no outro dia. Vai querer
repetir a dose sim – e se o sexo for o maior motivador dos próximos encontros,
qual o problema? Você também não está sentido prazer? Nesse caso, é um relação
linda e mutualmente proveitosa. Os dois se usam – no bom sentido e a prática
pode até trazer intimidade e levar o relacionamento pra um outro plano. Ou não.
De qualquer forma, com certeza vai ter valido a pena.
Mente
Pré-Histórica
Homem que acha que mulher que dá no primeiro é desmerecedora de
sua ilustre consideração, não merece seu respeito. Talvez essa seja mesmo uma
boa oportunidade de perceber se o cara vale a pena – se ele não conseguir
reconhecer que uma mulher que se permite transar quando tem vontade é uma
mulher independente e com opinião própria, dispense-o e deixe o coitado ir
atrás das santinhas, daquelas que aceitam padrões mesmo sabendo que eles já não
fazem mais sentido algum. Eles se merecem.
Fuja dos lugares
comuns. Dos homens que valorizam mais bundas do que cérebros. Dos cabeça
fechada, dos machistas. Procure aqueles que te enxergam, que conseguem te
destacar e te valorizar no meio da multidão. Esses, com certeza, nunca vão
julgar uma mulher baseando-se em qual encontro ela quer transar. Afinal, eles
têm coisas mais importantes pra reparar do que essas questões Matemáticas – ees
sabem que a Química é a matéria principal na grade curricular dos encontros.
Mulheres já
sofreram repressão demais. Já perderam direitos demais. Já foram muito deixadas
pra segundo plano. E não é questão de feminismo excessivo – é questão de bom
senso. Aliás, ouvi dia desses, uma frase genial da Tati Bernardi que é perfeita
pra fechar esse texto: “Tem tanta coisa melhor pra dar no mundo, vai dar uma de
difícil?” Sem mais por hoje.
by csv
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