Foi-se o tempo em que os homens eram
cafajestes e as mulheres, vítimas. A traição (em suas mais diversas formas)
tornou-se, por assim dizer, generalizada e, muitas vezes, banalizada. Por se
tratar de um assunto complexo e polêmico, publicaremos uma série de artigos a
respeito do tema e contamos com seus comentários para enriquecê-lo!
Há muitos anos,
traição significava que o cara transou com a secretária gostosa por ser um
canalha e sua mulher, coitadinha, sofreu e chorou muito por causa do
comportamento deplorável do marido. Se ela se separasse dele, seria “bem feito”
para o cachorro. Se o perdoasse, é porque era muito burra e não tinha
amor-próprio. Hoje, é comum ver mulheres com décadas de casadas arranjarem um
garotão mais viril e ativo que o marido e pular a cerca se tornou bastante
comum. Separar ou não se tornou uma questão muito mais financeira (será que
vale a pena perder e gastar todo esse dinheiro?) do que emocional e muitos
casos de traição são tratados como algo que, cedo ou tarde, “obviamente ia
acontecer”. Mas por mais que os contextos e o tratamento que a sociedade
confere à traição tenham mudado, ainda se trata de algo que muitas pessoas
temem e porque muitas pessoas sofrem.
Por que
os homens traem?
A exemplo do
que acontecia há alguns anos atrás, muitos homens ainda acreditam que transar
com várias mulheres mesmo estando comprometido com uma só denota masculinidade
e garantirá respeito e admiração alheia. Contudo, esse conceito (embora ainda
acreditado por alguns) cai cada vez mais por terra e dá lugar ao que diz que
másculo e respeitoso é aquele cara que consegue, ao invés de conquistar várias
mulheres quaisquer, conquistar aquela única que ele (e talvez muitos outros)
deseja(m).
No entanto, não
se pode tratar com hipocrisia o fato de que é possível, sim, que homens que
amam suas parceiras as traiam. Faz parte da natureza masculina “caçar” e testar
seu poder de sedução – e isso não é apenas histórico, mas também genético. Por
mais que as mulheres esperem que seus namorados e esposos nunca mais tenham
olhos para outras mulheres, isso nunca irá acontecer. Entretanto, a partir do
momento em que deixamos de ser “homens das cavernas” e passamos a conviver em
sociedade e respeitar determinadas regras, limites, direitos e deveres, todos
fomos obrigados a conter nossos hormônios e lidar com eles de forma civilizada.
Nenhum homem em sã consciência vai estuprar uma mulher e culpar a testosterona
por isso. Assim como estar no período fértil não é desculpa para nenhuma mulher
sair por aí abrindo as pernas pra todo mundo. Se não fôssemos capazes de lidar
com nossos hormônios e controlá-los, viveríamos em um mundo, no mínimo,
caótico. Os homens vão sempre olhar para o lado, isso é fato. Mas isso não quer
necessariamente dizer que eles PRECISEM obedecer aos seus impulsos hormonais.
Isso é opcional. Infelizmente, alguns homens optam pela opção pré-histórica.
Além da
necessidade de auto-afirmação da própria masculinidade (motivo esse que já não
figura dentre as razões mais comuns pelas quais os homens traem), muitas vezes
a vontade de trair parte da insatisfação do homem com sua parceira – e ela pode
se dar por diversos motivos. Quando a mulher deixa de se cuidar, quando ela se
torna uma pessoa desleixada, pouco vaidosa, que não se preocupa com a própria
aparência, ela dá, sim, ao homem combustível para que ele procure beleza e
vaidade em outras mulheres. Quando o sexo entre o casal sem torna raro e sem
sal, o homem também pode querer buscar adrenalina e excitação em outro lugar –
por isso é tão importante apimentar a
relação constantemente.
Há, ainda, a combinação: “Namorada/Esposa ausente + Excesso de álcool”, pois o
álcool triplica a probabilidade do homem trair sua companheira, especialmente
se ela estiver muito ausente do relacionamento (seja sexual ou emocionalmente).
Em casos mais incomuns, o “excesso” de independência e autoconfiança de algumas
mulheres podem provocar insegurança em homens mais fracos, fazendo que eles
traiam as companheiras “antes que elas os traiam”.
Dadas todas as
razões que “justificariam” uma pulada de cerca por parte deles, é importante
salientar que quando o relacionamento anda bem em todos os quesitos acima
mencionados, nada disso acontece se ELE não quiser que aconteça. Esse papo de
“aconteceu, eu não pude evitar” é pura balela (e isso serve tanto para homens,
quanto para mulheres). A partir do momento em que ele acredita que ser
monogâmico vale a pena, o homem não pensa mais em trair.
Por que
as mulheres traem?
As mulheres
seguem uma trajetória quase oposta à dos homens. Enquanto antigamente era raro
ver mulheres traindo seus companheiros, hoje em dia esse número só aumenta.
Parte disso se dá por causa da grande repressão sexual que as mulheres sofreram
por muitos anos. Desde a segunda onda feminista (que ocorreu na década de 60),
as mulheres lutam e conquistam um espaço antes que era quase que exclusivamente
destinado a homens e com a terceira onda feminista, na década de 90, a prática da traição
também entrou na lista de “conquistas” femininas, afinal, tratava-se de uma
busca por “direitos iguais”.
Mesmo com essa
busca por igualdade, enquanto os homens costumam trair por motivos físicos, a
maioria das mulheres trai mais por motivos psicológicos. Há, sim, aquelas que
traem por estarem insatisfeitas sexualmente com seus parceiros. Mas o que
costuma acontecer, nesses casos, é uma conversa com o cara, que pode entender e
tentar melhorar a situação ou achar que ela está delirando e, com o orgulho
ferido, achar que não tem nada de errado com ele. É aí que mora o perigo. É
bastante comum as mulheres tentarem resolver seus problemas caseiros com o
parceiro através do diálogo, mas quando isso não surte efeito, muitas delas nem
pensam duas vezes: vão buscar a satisfação perdida em outro lugar.
Mas a maioria
dos casos de traição feminina se dá por motivos psicológicos diversos. Um
motivo bem comum e recorrente é quando a mulher sente que o marido ou namorado
não está dando atenção suficiente às suas necessidades (tanto sexuais quanto
emocionais). Quando ela sente que o homem não se preocupa com a satisfação
sexual dela, quando acha que ele não está dando carinho e atenção suficientes
e, principalmente, quando ela sente sua auto-estima despencar porque o
companheiro não mais a elogia, não demonstra mais desejo por ela, ela trai pra
se auto-afirmar, para mostrar para a própria consciência que ela ainda é
gostosa, que ela ainda consegue conquistar os homens e por aí vai. Grande parte
das mulheres é muito insegura e precisa se sentir amada, desejada, e se ela não
obtiver isso do seu parceiro, ela vai buscar outra pessoa que a faça se sentir
assim.
Contudo, a
“modalidade” de traição mais comum dentre as mulheres é a traição por vingança.
Antigamente, se um homem traia sua parceira, ela chorava dias sem parar,
lamentava sua condição e depois decidia se se separava do cara ou não. Hoje,
quando a mulher é traída, ela dá o troco, independentemente de manter o
relacionamento depois ou não – o que recai novamente na busca por “direitos
iguais” pregada pelas feministas de plantão.
Por vingança,
insatisfação, baixa auto-estima, insegurança ou auto-afirmação, a traição é,
mais do que nunca, uma prática bastante em voga. Nos próximos artigos,
falaremos sobre como identificar os sinais de uma traição às escuras e como
recuperar a auto-estima e a autoconfiança após ser vítima de uma traição.
By Jason Garcia
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