A
relação se desgastou e vocês resolveram dar um ponto final no romance até então
estabelecido. Ficaram um tempo afastados. Enquanto isso, curtiram os amigos e
aproveitaram (ou não) a solteirice. Com o passar do tempo, se reaproximaram e
veio à tona uma constatação: tudo não passava de reticências e a história ainda estava com
final em aberto. Neste
contexto, surge a dúvida: terminar de vez ou voltar?
Primeiramente,
chamo atenção para um detalhe relevante: homens e mulheres lidam com
rompimentos de namoro de formas distintas. Em geral, observo que elas tendem a
assumir uma postura mais introspectiva. Conversam sobre a situação com as
amigas, é claro, mas vivem a famosa fase do “estou fechada para balanço” até
conseguirem organizar minimamente aquele emaranhado de sentimentos. Já eles
seguem uma linha mais desencanada. Não raramente, têm casos passageiros com
outras mulheres, o que não significa que estejam ignorando o que se passou.
Simplesmente, lidam com a situação de outra maneira, talvez por terem dificuldade
em ficarem sozinhos e em lidar com a pressão social do macho alfa pegador que
não chora.
Como
seres humanos estão longe de ser previsíveis receitas de culinária, obviamente
há vezes que estes papeis se invertem. Seja como for, é fato que as decisões tomadas
nesta fase de voo solo terão impacto em uma possível aproximação. E
isto serve tanto para o bem quanto para o mal.
Mesmo sendo algo chato de ser feito,
acho importante pensar nas razões que levaram ao desgaste e conversar sobre
elas. Isto não precisa ser feito com aquele climão pesado que, muito
provavelmente, colaborará para uma “D.R.” daquelas. Quando estive nesta
situação, preferi deixar a poeira abaixar e, só depois de algum tempo, falamos
sobre o assunto da forma mais leve possível. Não é fácil, já adianto. Nestas horas, você se depara com a
visão do outro e descobre o óbvio: você também errou, seja pela falta ou pelo
excesso de atenção dedicado a alguém. Lidar com esta verdade exige maturidade
de ambas as partes para acolher o que o outro diz e fazer uma autocrítica. Em
tese, pode parece fácil, porém na prática, não é tão fácil achar o ponto de
equilíbrio para o casal.
E
como lidar com tudo que aconteceu na fase solteira? Jogo para debaixo do tapete
ou conto a verdade, mesmo correndo o risco de ser mal-interpretado e de magoar
alguém? Certamente, há quem julgue melhor dizer que tudo está zerado e que não
importa o que aconteceu. Eu acho mais cômodo, sem dúvida, mas, ainda assim,
prefiro a segunda opção. É a melhor forma de evitar ruídos de comunicação e
aquela saia justa no futuro. É fato que, em muitos casos, fica aquele “ranso”
com a ficante ou o peguete, mas, com o tempo, este mal-estar some naturalmente.
Basta que seu namorado – ou você – deixe claro para esta pessoa que aquela fase
ficou para trás e, agora, estão em outra.
Outra dica: enquanto os dois não
estiverem totalmente certos do que deve ser feito, evitem superexposição da
situação de vocês. Isto serve especialmente para, nós, mulheres. Volta e meia,
vejo na minha timeline um post com um desabafo feito de forma aberta ou cheio
de indiretas fáceis de serem interpretadas, o que dá margem para fofocas e
pitacos de terceiros. Portanto, escolha com carinho seus confidentes e pense no que vai
desabafar com eles. Eu,
inclusive, acho mais recomendado só anunciar a retomada do namoro depois de um
tempo juntos e curtir a dois este momento de reconquista por parte de ambos. É
uma fase gostosa e que deixa o casal mais unido.
E, finalmente, certifique-se de que
você ainda gosta desta pessoa e não está tomando qualquer atitude apenas por
carência ou sentimento de posse. Um namoro só dá certo se as duas partes
estiverem dispostas a acelerar ou reduzir a marcha para se adequar ao momento
de vida do outro. Se as expectativas não estiverem alinhadas, torna-se muito
difícil manter qualquer projeto a dois, seja ele um casamento ou uma saída para
jantar. É como Bem Harper e Vanessa da
Matta cantam em Boa sorte: “O bom encontro é de dois”. Caso contrário, melhor
virar a página e deixar a fila andar.
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