Foram
avaliados 134 bissexuais, sendo 84 mulheres e 50 homens.
Ciúme pode ter origem evolutiva e ligação com reprodução, diz pesquisa.
Ciúme pode ter origem evolutiva e ligação com reprodução, diz pesquisa.
Do G1, em São Paulo
Uma pesquisa realizada por cientistas da
Universidade Estadual da Pensilvânia em Schuylkill, nos Estados Unidos, sugere que
homens bissexuais que se relacionam com mulheres sentem mais ciúmes e temem
mais a traição sexual de sua parceira do que nos demais casos de
bissexualidade.
O estudo foi publicado no "Journal of Social
and Personal Relationships", na última semana. Foram analisados dados de
134 bissexuais, sendo 50 homens e 84 mulheres. Do total avaliado, 23 são homens
bissexuais que têm outros homens como parceiros; 27 são homens bissexuais que
possuem parceiras; 36 são mulheres bissexuais que têm homens como parceiros e
48 são mulheres bissexuais com parceiras do sexo feminino.
Os voluntários responderam a perguntas sobre como
imaginavam-se sendo traídos e o que mais os incomodava na traição. As respostas
indicam que 49% dos homens envolvidos com mulheres sentiriam ciúmes e achariam
incômodos os aspectos sexuais da traição, contra 16% dos homens que namoram ou
têm algum tipo de união com outro homem. Já para mulheres bissexuais, o
resultado foi mais próximo: das que namoram outras pessoas do sexo feminino,
25% sentiriam ciúmes e achariam incômodos os aspectos sexuais da traição,
contra 17% das que se relacionam com homens.
Todos os voluntários vivem relacionamentos
monogâmicos (namoros,
casamentos ou outro tipo de união), e responderam às perguntas dos cientistas
via internet, com a ajuda de organizações LGBT espalhadas pelos EUA. As idades
variavam entre 19 e 68 anos, de acordo com o estudo.
Uma das teorias é que o ciúme pode ter origem
evolutiva e estar ligado a preocupações quanto à reprodução, afirmam
pesquisadores. Os homens bissexuais que se relacionam com mulheres demonstraram
mais medo da traição porque "eles são o único grupo que precisa se
preocupar com a incerteza quanto à paternidade dos filhos" que vierem a
ser gerados, segundo a hipótese levantada no estudo.
"Apesar da incerteza quanto à paternidade e a
ameaça à reprodução serem explicações que fazem sentido, elas não são as únicas
potenciais para avaliar os resultados", apontam os cientistas no estudo.
"As expectativas sociais também podem ter um papel em como as pessoas
reagem diante da infidelidade", ponderam.
Para homens bissexuais que se relacionam com
mulheres, pode-se imaginar que eles ficariam mais incomodados com com os
aspectos sexuais da traição "porque é isso que a sociedade esperaria
deles", afirma a pesquisa.
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